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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Deby [cap.5]

 Deby, escondida debaixo da cama, rezava e chorava pensando que era a polícia em sua porta. Lala não sabia o que fazer, entrou em pânico. Júlia saltou da cama e perguntou o porquê de tanto frenesi por causa da campainha.


Lala correu pro armário e se escondeu lá atrás dos colchões. Lala tinha uma característica vantajosa para ela: era baixinha, e por isso conseguia esconder-se em lugares apertados. Júlia foi atender a porta e percebeu que eram quase quatro da manhã. Quando olhou pelo olho-mágico, constatou que era a polícia e correu pro quarto avisar pra Deby se esconder. Voltou à porta, abriu e atendeu:
- Sim?!
- Nós recebemos uma ligação do apartamento do lado dizendo que tinha uma assassina aqui.
- Olha meu senhor, não tem nenhuma assassina aqui, e só tem eu aqui em casa. Deve ter sido engano, não é possível. 
- Nós vamos revistar a casa pra ter certeza disso.


Júlia pensou rápido e arranjou uma resposta:
- VOCÊS POR ACASO TÊM MANDADO JUDICIAL PRA PROCURAR ALGUMA SERIAL KILLER AQUI? E ISSO É INVASÃO DE PRIVACIDADE E INVASÃO DE DOMICÍLIO, NÃO PENSEM QUE EU NÃO LI O CÓDIGO PENAL!


O policial enfiou o rabo entre as pernas, pediu desculpas e disse que poderia ter sido um engano, mesmo. Saiu pianinho dali.


Júlia esperou a polícia sair da rua(ela observava pela janela, ansiosa) para chamar as amigas que estavam escondidas.


Quando deu 7:00 da manhã, as três estavam tomando café na padaria próxima ao prédio. Lala disse que deveria mudar a aparência pra não ser descoberta, e Deby perguntou a Júlia sobre o vizinho que poderia ter ligado para a polícia.
- Eu não sei - respondeu Júlia - mas acho que foi a vizinha nova, ela não foi muito com a minha cara. Ela pode ter achado que eu era muito suspeita pro gosto dela.
- Mas a polícia falou pra ti que a ligação veio mesmo daqui? - Deby tentou confirmar.
- Falou. Mas temo que tomar cuidado.


O dias seguiam normais. Lala e Deby trabalhavam na livraria, Júlia trabalhava de manicure. Porém, Júlia sempre estava tossindo, pois além de fumante, ela inalava muita acetona, mas parecia nem ligar.
No dia da final da copa, as três moças se juntaram na frente da tv de casa pra assistir o jogo. Júlia tinha atendido muitas clientes naquele dia, estava estressada e cansada.


Foi muito stress, muitos gritos e um cheiro de acetona muito forte. Ao fim do jogo, além da decepção pela derrota da seleção brasileira, Júlia chorava e tossia muito, sem parar. E ela começou a tossir sangue. Chegou a um ponto em que ela desmaiou no chão da sala. 


No momento em que Júlia desmaiou, Deby estava no banho e Lala preparava o miojo pra janta. Lala saiu da cozinha e deu um grito quando viu Júlia desmaiada no chão com algumas gotas de sangue sobre sua blusa. Débora foi correndo conferir o por que do grito e também se assustou. Lala conferiu se Júlia ainda tinha pulso, e milagrosamente tinha. As duas levaram Júlia pro hospital.


Detectaram câncer de pulmão incurável na Júlia. Ao acordar, a moça recebeu a notícia e desabou em lágrimas. Deby e Lala choraram junto com ela, não queriam perder a amiga tão querida que era quase uma irmã. Ela sobreviveu mais três meses.


Júlia Andrade Cunha faleceu no dia 4 de Novembro de 1998, aos 18 anos, por câncer de pulmão. Lala e Deby estavam inconsoláveis, e ligaram para a família de Júlia em Pirilópolis do Sul. O enterro foi melancólico e triste, todos estavam inconformados com a morte da menina. 


Quando retornam para Beladona, percebem que a vizinha chamou a polícia mais uma vez. Dessa vez, foi um verdadeiro escarcéu e ela dizia que tinha gravações e fotos que provavam que Lala era uma assassina. Depois de enxotar a polícia que estava de butuca na porta do apartamento das duas meninas, Eulália disse:
- É, Deby. Se essa véia continuar a chamar a polícia, vamo ter que dar um fim nela e fugir proutro estado.


****Será que elas vão apagar a véia? Aguardem o próximo capítulo de Deby!

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