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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Deby [cap.3]

Deby estava amando aquela sensação de perigo misturada com ansiedade, mas estava um pouco preocupada; afinal, ela poderia encontrar algum conhecido sacana na rua que ligasse pra casa dela.

Ela pensava no que iria fazer, se iria se acabar no doce e ganhar uma espinha ou se poupar do doce só pra tentar conservar a pele pro seu amado Popô.

Eulália interrompeu os pensamentos de Deby e disse, muito empolgada:
- Ai, tou pensando em comprar um monte de pirulito Pop, bala boneco, pirulito do zorro...
- Ah, ok...


Depois da doceria e do fliperama, Deby e suas amigas foram pra casa como se nada tivesse acontecido.
Depois desse episódio, Deby passou a faltar aula direto e quando o dinheiro não dava ela pegava de alguém.


Já se passaram 4 anos desde sua primeira falta na escola. Deby está prestes a fazer 18 anos e largou a escola há dois anos, e aí também largou a casa da mãe. Ela divide um apartamento com Júlia faz um ano e 8 meses. 


Estamos agora em 1998. Deby mora em uma cidade chamada Beladona, uma cidade grande e muito movimentada. Encostada na esquina da livraria onde trabalha, ela fuma um cigarro. Depois, se olha num espelhinho que estava dentro da bolsa e retoca o batom vinho que estava usando. Em seguida ela guarda o espelho e segue andando até o ônibus, e corre pra alcançá-lo.
Ela paga a passagem e segura no ferro pra não cair. Quando chega no bairro Esperança, que é onde ela mora, ela desce e caminha uns dois quarteirões até seu prédio. E então ela chega em casa e encontra Júlia no sofá, assistindo TV:
-  Voltou mais cedo hoje? Que que aconteceu?
-  Nem me fala - disse Deby - fecharam a loja mais cedo por causa do jogo. Fez a pipoca?
-  Aham, eu também comprei duas coca e pastel de queijo pra janta.


Júlia agora trabalhava de manicure. Ganhava um dinheiro suficiente pra pagar as despesas junto com Deby, o apê sempre estava com cheiro de acetona. No cinzeiro rosa da sala, Júlia coloca um papel da bala que estava chupando, e diz:
-  Débora, me diz uma coisa...Você ainda pensa no Apoleôncio?
-  De vez em quando eu me esqueço da existência dele, mas não dá pra esquecer completamente. - choraminga Deby - Com ele trabalhando de ator na novela, e com aquele nome artístico, não dá. Sério mesmo, "Popô Goulart" é horrível.


Júlia ri e faz que sim com a cabeça. Na tv, o jogo começa e as duas devoram pipoca e assistem e torcem como se não houvesse amanhã, pois queriam que o Brasil ganhasse a copa como havia feito há quatro anos, na mesma copa que Deby planejava assistir com suas amigas, mas no dia da semifinal  ela estava na delegacia daquela pequena cidade, junto com Júlia e Eulália, porque tinham assaltado uma loja de conveniências de um posto de gasolina. À mão armada, pois Eloá achou que seria uma boa idéia pegar o revólver do pai de seu vizinho, e não foi, porque Júlia, Deby e Eulália foram incriminadas, mas Eloá fugiu. Helen não apareceu no dia do assalto, pois achou que era a gota d'água usar uma arma pra ameaçar o caixa da loja caso o mesmo não lhe entregasse o dinheiro.
Deby lembra deste episódio do revólver muito bem, pois no dia seguinte Eulália apareceu com um olho roxo e resolveu se vingar do tal caixa que denunciou-a pra polícia. E então, Lala cometeu seu primeiro assasinato. O primeiro de muitos. Ela estava sumida fazia uns três anos, era foragida da polícia mas nunca tinha perdido o contato com suas amigas. Sempre ligava de alguma cidade no meio do nada, e sempre contava tudo a Júlia e Deby.


Voltando ao presente. O jogo acaba, o Brasil ganhou e está na final. E então, a campainha toca. Deby vai atender.
-  Posso ajudar? - disse Deby. A garota de cabelos vermelhos à sua frente não lhe parece familiar.
-  Sou eu, Debynha. Não tá me reconhecendo?


***Quem será a fiadapulta na porta? Aguarde o próximo capítulo de Deby!

E, em breve...

PRAÇA DA ESTAÇÃO

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