Páginas

terça-feira, 23 de julho de 2013

Arrependimento (a carta sem destinatário)




Eu não devia ter falado aquelas coisas na tua cara, pra assumir aquela clássica pose de menina sem apego que dá a volta por cima (ainda que eu não tivesse grandes coisas para "dar a volta por cima"). 

 Eu devia ter falado pra ti tudo o que eu sentia antes de toda aquela confusão. Devia ter contado no primeiro dia em que eu soube o que eu sentia por ti. 

 Eu deveria ter despejado todas as verdades do mundo na sua cara na primeira oportunidade. Todos tinham algo contra você e eu estive a um passo de te contar isso, mas como Deus escreve certo por linhas tortas, tudo se resolveu quando minha raiva passou. 

 Eu devia ter feito o que tinha que ser feito assim que tive um pouco de coragem. Mas entenda, eu tinha (tenho) medo de ser mal-interpretada. 

Deveria ter te abandonado depois de tudo o que você fez sem sequer pedir desculpas para mim e para os outros. Quando eu consegui te falar tudo, você teve o que merecia; espero que tenha aprendido com isso tudo. 

 Eu tinha que enfrentar meu medo e dizer pra você o que eu queria (e quero), sem medo de ser julgada por ninguém. Mas me desculpe se eu sou medrosa! 

 Tinha que ter sido mais criativa para puxar assunto com você, porque sei de todo esse teu bloqueio. Me contaram que você também tem medos.

Eu queria ter sido mais próxima, mais presente. Porém (sem querer ser pessimista), NUNCA ia dar certo, ainda que não fosse nada demais.

 Devia ter pulado fora o quanto antes. Eu me prendia em algo que todos já sabiam que não daria em nada. Até eu sabia, mas negava.

Você foi meu erro mais patético, porque foi um "erro que não aconteceu". Não acredito até hoje que você (tentou) surgir do nada e depois sumiu sem motivo aparente. E foge de mim - chega a ser hilário. Assuma-se, todos já sabem do que você REALMENTE gosta... 

 Tu é mais um que se esconde atrás do armário. Com você, me arrependo de não ter te ajudado a se abrir para o mundo. 

Você é meu anjo, muitas vezes. Ainda que eu não nos falemos muito, sei que sempre estaremos presentes um na vida do outro. És necessário.

 Por último, me arrependo de ter sido tão dura comigo algumas vezes. No caso, de me censurar, calar, repreender ou coisa do gênero. Mas o grito foi dado; as coisas estão mudando (como sempre) e carrego a única certeza de que serei essa indefinida pro resto da vida. Nasci assim.  

Bebel M.

Um comentário: