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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Vade retro!


Média tarde!

Como eu já falei umas 8572849 vezes aqui, estou numa fase complexa da vida. Nova demais pra sair na sexta e voltar pra casa no domingo. Velha demais pra fazer bagunça.

Muita gente diz (eu também digo, me julguem) que agora eu tenho que "olhar pro futuro" e planejar minha vida. Tem uma amiga minha (aliás, um beijo pra ti, Loló!) que diz que temos que aproveitar ao máximo o presente.
E tem o povo que diz que recordar é viver. O mundo adora me confundir (eu também amo me confundir), pelo visto. Pra que lado eu vou?

Há mais ou menos uns dois meses, eu reencontrei uns amigos que eu não via há tempos. Não foi do jeito que eu pensei que fosse, pra mim foi um choque, admito. Passei o resto do mês refletindo sobre o dia e sobre a minha vida. Um mês depois, encontrei-os de novo. Dessa vez, foi exatamente como era antes de eu me afastar daquele povão todo.

Tudo mudou desde que eu sumi do mapa. Talvez todos estejam exatamente como eram e eu tenha mudado, acho que foi isso. O problema é que eu esqueci de como eu era. Sim, senhoras e senhores: não me lembro como eu agia, como eu falava e sobre o que eu falava! Vocês não entendem? Não? Nem eu.

Não tive amnésia, não morri e ressucitei, não tenho outra alma. Eu me sinto meio perdida e desorientada. O fato é que eu não quero voltar a ser quem eu era antes, do jeito que eu era. Mas não nego, foi um tempo bom nesses meus 15 anos e meio de existência.
Eu era três vezes mais baranga do que sou hoje em dia, cinco vezes mais retardada, meio antissocial demais e meio retamonga (aprendi esse xingo recentemente e queria usá-lo). Tinha metade do cabelo loiro-descolorido-amarelado, uns dois quilos a mais e usava um pingente ridículo de caveira no pescoço (que fase, hahah). Eu era tudo isso (ainda sou meio retardada e meio baranga), mas eu tinha alguma emoção naquela época.

Hoje mais cedo eu achei um objeto vagabundo, quebrado ao meio, envolto em um plástico esquisito; estava perdido no fundo do armarinho do lado do espelho. Ok, um objeto totalmente inútil, mas que pra mim foi o símbolo daqueles tempos. Era uma flor de plástico, zoada pra caramba, que eu ganhei há mais de um ano. Eu vi aquilo, ri e joguei fora, pois estava toda manchada de acetona e esmalte e o palito de churrasco que segurava as ~pétalas~ da ~flor~ estava dependurado por uma lasquinha de madeira. Dois minutos depois, lembrei de tudo que aconteceu no dia em que eu ganhei-a e comecei a gargalhar. A pontinha de saudade é inevitável.

Nem tudo são flores (de plástico). Há coisas que eu me recordo e me entristeço, claro! Infelizmente, eu sou rancorosa pra cacete. Faz mal, eu sei, mas seria hipocrisia eu fingir que tudo na minha vida é uma maravilha.

Lembro que eu já fui mais escrota. Muuuuuuito mais. Errei muito nesse comecinho de vida e continuarei errando. Como diria o poeta: "HERRAR É O MANO". Oremos, olhemos para frente e abramos um sorrisão, daqueles que dão pra ver até os pré-molares. E vade retro, desânimo!

Recordar é viver? Não, recordar é sentir.

Beijos e muitos vagalumes por aí (não resisti),
Bebel M.

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